Volta à pagina anteriorA liminar concedida pela juíza Mariangela Meyer Pires Faleiro, da 4ª Vara da Fazenda Pública Estadual, interrompendo o processo de licitação para a privatização da Rodovia MG10 ( de BH a LS) foi caçada.
A justiça vai julgar o mérito da questão. Lamentamos que só o município de Vespasiano está brigando pela causa, que vai onerar ainda mais o bolso do povo.
Polêmica na estrada Privatização da MG-10 gera boatos e medo de aumento das passagens A possibilidade de privatização da MG-10 (BH/Vespasiano/Lagoa Santa/Confins) está desanimando os moradores de Vespasiano. Eles reclamam que faltam informações precisas sobre o assunto, que acaba chegando ao conhecimento público através de terceiros. O caso vira um grande boato e acabamos não sabendo o que realmente vai acontecer com a rodovia , alega o mecânico Antônio Benedito, residente no Morro Alto, bairro que fica às margens da MG-10. Os habitantes acreditam que o desenvolvimento da região sofrerá mais um entrave no processo já iniciado com a queda da demanda de vôos de passageiros do Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Eles temem que o movimento da estrada caia e que a cobrança do pedágio onere o orçamento de uma parcela da população. A assessoria de imprensa do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou que o custo das passagens não será aumentado, mas não garantiu que as empresas de ônibus não farão o repasse. A informação da Assembléia Metropolitana da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Ambel), órgão que tem poderes para definir possíveis reajustes nas tarifas, é que as passagens só podem ser modificadas com a autorização direta do Comitê Executivo da entidade, onde o assunto ainda não foi discutido. JUSTIÇA O processo de licitação da MG-10 foi interrompido na última segunda-feira, por liminar da juíza Mariangela Meyer Pires Faleiro, da 4ª Vara da Fazenda Pública Estadual. Ela atendeu ao requerimento da Prefeitura de Vespasiano, que alega que o Estado infringiu a soberania do município, em área eminentemente urbana. O DER tem um prazo de 10 dias para recorrer. Segundo a assessoria de imprensa do órgão estadual, os advogados buscam embasamento dentro dos argumentos da juíza para entrar com pedido de suspensão da liminar. Se privatizada a estrada, a praça de cobrança de pedágio deverá ser instalada no KM 6 da MG-10, em pleno bairro Morro Alto, um dos mais densamente povoado e mais carente do município. OPINIÕES Na Vila Esportiva, um dos bairros que margeiam a via, a população ficou revoltada com a notícia. O comerciário Sebastião Costa Barroso, 38 anos, acredita que a cobrança do pedágio irá prejudicar a população de todo o município, principalmente aqueles cidadãos que precisam transitar pela estrada. O comerciante Jorge Antônio de Sá, 40 anos, é da mesma opinião. Ele reclama porque a população foi pega de surpresa: Ninguém sabia desta novidade . Ele questiona quais as vantagens e desvantagens de uma privatização desta natureza e se diz contra as mudanças feitas sem a consulta popular. Privatização deve acontecer onde há dinheiro. Aqui nesta região ninguém tem condições de arcar com mais este custo , acrescenta. Na avaliação de Barroso, a população de Vila Esportiva ficará revoltada com a cobrança de pedágio: Conheço o povo daqui, tenho certeza que haverá manifestação contra a privatização. O pessoal é muito sofrido para aceitar tudo quieto e de boa vontade . Segundo ele, existem pessoas que precisam transitar além do KM 6 cerca de cinco vezes por dia. MAÇARICO Garçonete no bairro Maçarico, Scheila Rocha Alves, 24 anos, avisa que o movimento do restaurante onde trabalha já caiu consideravelmente com a desativação dos vôos de passageiros de Confins. Ela mora no bairro Sélvia, no centro de Vespasiano, e vai de ônibus todos os dias para o trabalho. Se a passagem aumentar, vai crescer a despesa de meu patrão porque é ele quem paga nosso transporte , contabiliza. O empresário Aluísio Escobar, 44 anos, endossa a opinião da funcionária e acrescenta que os custos serão aumentados em todos os sentidos. Esta estrada é o corredor de entrada para o Estado, pois liga a capital ao aeroporto mais importante. A privatização vai é enterrar ainda mais o aeroporto que já é oneroso , acredita. Marília Damasceno Os argumentos do DER/MG
Os argumentos do DER/MG Segundo o DER/MG, dois consórcios, somando oito empresas de engenharia, entrarem na disputa para administrar, por 22 anos, o lote I do Programa Mineiro de Concessão de Rodovias - Corredores de Integração e Desenvolvimento de Minas Gerais. O Consórcio Via Minas é formado pelas empresas Cowan Ltda, Carioca Engenharia, Christiani-Nielsen Engenharia e Construtora Barbosa Mello S/A; e o segundo reúne a Emsa, Enterpa, Etesco e OHL. Ainda não existe uma previsão para a conclusão dos trabalhos da Comissão Especial de Licitação do DER/MG, mesmo porque a Justiça mandou parar o processo. Inicialmente, a Comissão se dedicaria aos estudos da documentação e das propostas técnica e comercial para a concessão dos 72,6 quilômetros do lote 1. Segundo o DER/MG, R$1,95 é o valor projetado do pedágio para automóvel e R$7,31 para caminhões de cinco eixos. EXTENSÃO O DER/MG acredita que o lado bom da licitação tem sido pouco comentado pela população da região. Segundo o órgão, a execução dos trabalhos iniciais, obras de recuperação geral e melhoramentos na rodovia, segundo edital, abrangem 72,5 km de melhorias significativas para toda a rodovia estadual. Estas obras estão assim divididas: duplicação até o Aeroporto de Confins - 17,8 km; duplicação entre Pedro Leopoldo/Ciminas - 3 km; terceiras faixas - 13 Km; contorno de Matozinhos - 7 km; contorno de Prudente de Morais - 4,6 km; pontes e viadutos - 12 unidades; ruas marginais - 4,3 km; passarela para pedestres - 10 unidades; passagem inferior, superior, trincheira - 10 unidades. fonte: Diario da Tarde 21/set - grande BH
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