O Jornal Estado de Minas de 04/03/2007, publicou na edição do dia 04/03/2007, uma matéria completa retratando os principais pontos da linda casa de campo de Helena Castro, que é uma das pioneiras proprietárias de casas de campo em Lagoa Santa, para onde levou todo o seu bom gosto.
Sua casa está localizada próxima ao centro, defronte à lagoa; o que indica que morar bem não implica necessariamente as residências dos condomínios luxuosos.

Sua casa foi construída na orla da lagoa na década de 1970, sempre tendo recebido a alta  sociedade de Belo Horizonte.
Olhando-se pela av. Getulio Vargas,  pouco se vê da casa, que é coberta por àrvores e um lindo tapete de grama, mostrando ainda jardins desde o gradil até a varanda da frente. Mesmo estando próxima da região dos bares e restaurantes a moradora não se sente incomodada.

O projeto é do arquiteto Raul Lago Cirne e destaca o casarão implantado em uma área de 6 mil metros quadrados, localizado na beira do lago, em Lagoa Santa. Tudo foi planejado para atender a demanda da moradora, Helena de Castro, que sabia muito bem o que queria: uma casa de campo rústica, tanto em termos de mobiliário quanto de decoração de interior.

Daí que enquanto a construção evoluía, ela, que pode ser considerada uma das primeiras decoradoras de Belo Horizonte, garimpava objetos que pudessem se encaixar nesse perfil. São muitas as peças adquiridas em antiquários e artesanatos comprados, casualmente, na beira das estradas. Madeira, tijolinho, massa espanhola branca no teto, lajota e pedras no piso prevalecem na maioria dos ambientes da casa. O charme especial fica por conta das oito portas que dão acesso à ampla varanda que contorna a casa. Além de trazer frescor para o interior, elas deixam que o verde do jardim, em volta, seja desfrutado por quem está lá dentro.

Um dos orgulhos de Helena é a cabeça de touro implantada na parede principal da fachada. Bancos de fazenda, roda de carro de boi, carrancas, um anjo esculpido em madeira, assinado por artesão local, compõem o ambiente. Móveis-de-cana da índia, poltronas em madeira com assento em couro formam conversações ao longo da varanda.

O living é composto por dois ambientes com sofás confortáveis, capitonados e estampados, e algumas bergères. convidativas. No primeiro deles, o destaque é o imenso tacho em cobre que serve como mesa de centro. São nesse material também os objetos que enfeitam as prateleiras em madeira rústica que ladeiam a lareira em pedra. Chama a atenção a mesa estreita detalhada com lambrequim de casa antiga, que carrega uma coleção de cerâmica Saramenha. Do lado dela aparecem duas garças enormes em metal dourado. Um Cristo de procissão com lágrimas em rubis foi colocado acima de uma escrivaninha rústica.

No outro ambiente, uma mesa com tampo em mármore é encimada por peças em vidro, entre elas um prato que pertenceu ao governador Francisco Sales, da época da fundação da capital, e uma ânfora de vinho Ao lado do sofá, uma grande bandeja carrega bebidas e funciona como barzinho. Telas de Estevão e flores de Vergani adornam as paredes do living, que é separado da sala de jantar por um belo gradil de Aroldo Tenuta.

Jantar Aí a mesa e as cadeiras, com desenhos no espaldar, são em madeira maciça. Sobre o tampo da mesa, que mostra sopeira em estanho e dois castiçais, cai um lampião de Ouro Preto. As prateleiras do móvel ao fundo são enriquecidas com uma coleção de louça inglesa pombinho. Outro destaque da sala de jantar é um genuflexório, adaptado para o local, que carrega objetos em metal, como jarras duplas douradas com flores. Helena de Castro encomendou o espelho italiano, que foi colocado acima do móvel.

No hall principal, o chafariz em madeira, adornado com uma cabeça de touro e ladeado por par de cadeiras, é o elemento principal. Nas paredes aparecem talhas assinadas por Batista, negras esculpidas em madeira, tela de Vergani e um Cristo de Fábio Castro. Do outro lado, o banco antigo, de Ouro Preto, por sua vez é encimado por um retrato a óleo da dona da casa entre peanhas rústicas em madeira.

Outro hall, menor, conduz ao banheiro social – cujas paredes receberam cerâmica colorida de Itaipava –, à copa e à área íntima. Além de uma coleção de gravuras de Yara Tupinambá, o que impressiona é o par de potes antigos com gigantescas flores e folhas em madeira. Na copa, o mobiliário também é pesado: mesa em madeira maciça e cadeiras revestidas em couro. A cômoda, ladeada por banquinhos em X, é adornada por peças em metal e cobre e uma estante original carrega pratos de cerâmica. O relógio antigo complementa a decoração.

Há ainda um pequeno hall, no setor íntimo, que dá acesso aos dormitórios. Em um deles, a cama em ferro foi adquirida em brechó. Detalhe original é o lavatório antigo, de viagem, que pode ser carregado em uma maleta. As gravuras são de Estevão. Para o seu quarto, Helena adquiriu em antiquário uma cama estilo dom João V rústico encimada por colcha de tear e almofadas do Nordeste. Outra coleção de gravuras de Yara Tupinambá homenageia as mulheres de Minas: dona Beja, Chica da Silva, Bárbara Bela, Marília de Dirceu e Joaquina do Pompéu. A penteadeira antiga carrega jarro francês. As cortinas são em renda filé, bem dentro do clima rústico. E todos os banheiros são no estilo francês, com sala íntima, chuveiro e vaso separados.

Os livros do marido da dona da casa, o advogado José Olympio de Castro, que não foram doados a bibliotecas, encontraram lugar na sala de sinucas. O amplo casarão tem espaço ainda para um quarto de hóspedes completo. O escritório do seu filho, Fábio, e a sala de jogos e televisão, em estilo inglês, funcionam em um anexo, fora dele.

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