Resumo do suposto golpe de pirâmide aplicado pela Filadélphia Empréstimos Consignados Ltda.
fontes: Noticias publicadas na imprensa em geral.
Igreja era usada para lavar dinheiro de quadrilha, pastor foi preso
Prejuízos devem chegar a R$ 100 milhões
Delegado da PF diz que rombo do suposto golpe da pirâmide vai superar estimativa inicial em função extensão do esquema.
Uma semana depois de a Polícia Federal iniciar a Operação Gizé, que investiga a atuação da Filadélphia Empréstimos Consignados Ltda na formação de uma pirâmide financeira, informações preliminares dão conta de que o total do prejuízo aos servidores da Aeronáutica e outros clientes da empresa de Lagoa Santa deve se aproximar do suposto rombo de R$ 100 milhões causado pelo empresário Thales Maioline em investidores de Minas. Diante de uma tonelada de documentos a serem analisados nas próximas semanas, o coordenador da operação e titular da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros e Verba Pública da PF, delegado Mário Veloso, antecipa que o prejuízo estipulado inicialmente – R$ 10 milhões – é pífio ante a atuação do presidente da Filadélphia, Carlos Henrique Vieira, e a capilaridade do esquema, tendo em vista que investidores de vários estados já procuraram a delegacia para saber sobre a investigação e a possibilidade de reaver o dinheiro.

Da prisão de sete pessoas na terça-feira passada até ontem, mais de 20 pessoas, entre vítimas, funcionários e diretores, prestaram depoimento. A partir das informações, anteontem, mais um suspeito de participação foi detido: o diretor operacional e comercial da Filadélphia. Além disso, a Justiça prorrogou por mais cinco dias a prisão temporária dos acusados, que, com isso, ficam detidos até a meia-noite de amanhã. “Confirmamos que ele tinha poder de decisão dentro da empresa e participava ativamente da captação de clientes”, afirma o delegado Mário Veloso.

A operação resultou também no alarde de investidores. Dos quatro cantos do país, pessoas que aplicaram seus recursos na empresa, visando obter juros mensais entre 2,5% e 5%, entraram em contato com a PF para ter informações da operação, o que comprova a extensão do golpe. Por enquanto, pessoas de Roraima, Distrito Federal, Ceará, São Paulo e Pernambuco procuraram a corporação, mas é possível que pessoas de outras unidades da federação tenham sido lesadas, pois a empresa estava presente em 23 estados. A tentativa dessas vítimas é reaver parte do prejuízo causado pela Filadélphia. Para isso, foi pedido bloqueio de inúmeros bens da empresa. Ao todo, 40 apartamentos e 20 veículos estão sob poder da Justiça. Mas, mesmo assim, o patrimônio pode ser insuficiente para arcar com as perdas.

Alertas Desde 2009, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou deliberação alertando aos investidores sobre a atuação irregular da empresa. A deliberação 579, publicada em 2 de julho daquele ano, alerta para a atuação de “pessoas não autorizadas pela CVM” e afirma ter apurado a “existência de indícios de que a empresa (…) vem captando clientes para aplicação em fundo de investimento irregularmente constituído e administrado por eles (os sócios), inclusive com promessa de rentabilidade e garantia de retirada”. No enunciado publicado em seu site, a CVM considera que a administração de carteira de valores mobiliários depende de prévia autorização da entidade e, por isso, determina “a imediata suspensão da veiculação de oferta de investimento”. No entanto, como mostrado pelo Estado de Minas em reportagem publicada em setembro do ano passado, a empresa não atendeu a determinação e prosseguiu ofertando a modalidade.

Caso condenados por todos os crimes que foram indiciados, os suspeitos podem ter pena de até 90 anos de reclusão, segundo a PF. Na lista de delitos: estelionato, formação de quadrilha, falsidade documental, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, e outros crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.

Bancos podem ser acionados
Os bancos envolvidos com a Filadélphia podem ser acionados para ressarcimento do prejuízo das vítimas, segundo especialistas em direito do consumidor. Por tratar-se de uma empresa que atuava como correspondente bancário, eles podem ser acusadas de ser coresponsáveis pelo prejuízo. Para isso, as ações judiciais deveriam considerar o princípio da responsabilidade solidária previsto no Código de Defesa do Consumidor.

O princípio, previsto no direito do consumidor, pode ser válido uma vez que a Filadélphia apenas atuava na aproximação entre banco e cliente. Assim, mesmo desconhecendo o golpe, o banco estava relacionado. Além disso, segundo especialista, a dívida com o banco também pode ser cancelada se o advogado se basear no princípio jurídico da culpa in eligendo, ou seja na escolha errada do contratante.

Consultado sobre o princípio da responsabilidade solidária, o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais (OAB-MG), Bruno Burgarelli, atesta que todos aqueles presentes na cadeia de consumo entram ou tem responsabilidade sobre eventuais problemas. Para isso, seja por meio da chamada ação individual homogênea ou de uma ação civil pública, os prejudicados poderiam acionar os bancos e, se condenados, esses podem tentar reaver numa ação de regresso contra a empresa. “É uma solução mais simples de se reaver perdas em casos como esse”, afirma Burgarelli.

A maior facilidade se dá principalmente se for confirmado que os bens da empresa foram transferidos para nome de “laranjas”, o que, segundo ex-funcionários da empresa, pode ter ocorrido depois que reportagem do EM, em setembro do ano passado, denunciou a formação do esquema de pirâmide financeira. Depois da publicação, a direção da empresa teria transferido alguns bens prevendo a falência.
fonte: Jornal Estado de Minas - Publicação: 08/02/2012 04:00

Polícia prende nesta segunda feira - 06/fev/2012 - o diretor operacional da empresa Filadélphia Empréstimos Consignados Ltda, com matriz em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A noticia da "Operação Gizé" da policia federal alcança a mídia nacional.
Sete são presos em operação Gizé (em alusão às pirâmides do Egito) contra crimes financeiros na Grande BH

PF prende, em MG, suspeitos de participar de pirâmide financeira

LAGOA SANTA - A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira, em Minas Gerais, sete pessoas suspeitas de envolvimento com fraudes de pirâmide financeira. Segundo a PF, a Filadélphia Empréstimos Consignados e outras empresas ligadas à ela captavam clientes para empréstimos bancários tradicionais, e ofereciam serviços adicionais de investimentos com previsão de pagamento de juros altos. A empresa não tinha autorização dos órgão de controle de operações financeiras - como o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) - para realizar as operações.
Entre os presos estão dois gerentes da Caixa Econômica Federal em Lagoa Santa, cidade da região metropolitana de BH e sede da empresa, acusados de receber propina para facilitar a concessão de empréstimos aos clientes dos golpistas.
Também foi preso o presidente da companhia: Carlos Henrique Vieira, militar da reserva da Aeronáutica que planejava se candidatar à prefeitura de Lagoa Santa neste ano. Viera usava sua influência entre colegas para captar clientes na corporação, que se tornaram as principais vítimas do golpe aplicado pela organização, de acordo com a PF.
O prejuízo total estimado é de aproximadamente R$ 10 milhões.
- A organização criminosa captava valores de terceiros e remunerava mensalmente de 2,5% a 5% mais o índice da poupança. Não existe qualquer investimento que dê um lucro desses - diz Mário Veloso, delegado federal responsável pela investigação, que conseguiu na Justiça bloquear contas bancárias, cerca de 40 veículos e 20 imóveis pertencentes a pessoas envolvidas na fraude.
Para explicar como funcionava o golpe, o delegado disse que um cliente que eventualmente tivesse interesse em contrair um empréstimo de R$ 15 mil em um banco, era convencido pelos funcionários da Filadélphia a tomar um empréstimo maior, de R$ 25 mil, por exemplo.
Essa diferença de R$ 10 mil era reinvestida na Filadélphia, com a promessa de remuneração com taxas acima das praticadas pelo mercado. Ao final do pagamento, a Filadélphia prometia devolver os R$ 10 mil.
- Para o cliente, era uma vantagem e tanto, porque havia uma remuneração mensal e a prestação de um empréstimo de R$ 25 mil ficava mais barata do que se fosse R$ 15 mil. Mas a dívida total, maior, ficava em nome do cliente. Se a empresa quebrasse, o prejuízo era maior. A Filadélphia provavelmente quebra a partir hoje (terça-feira), nosso objetivo agora é levantar todo patrimônio dela para minorar os prejuízos dos clientes - explica Veloso.
A empresa atuava em 23 estados do Brasil, e não tinha escritório apenas no Acre, Amapá, Paraíba e Sergipe. É acusada de usar uma construtora, uma revendedora de carros e uma igreja aberta em nome de seus dirigentes para lavar o dinheiro recebido de clientes e desviá-lo para outros fins. Boa parte dos recursos se transformavam em altos salários para funcionários, investimentos em imóveis de luxo e outros bens usados pelos sócios em proveito próprio, de acordo com a PF.
A empresa oferecia, ainda, seguros de carro sem autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Além do dono da empresa e dos dois gerentes da Caixa suspeitos de receber propina, foram presos dois vice-presidentes da empresa, a contadora e um segurança do grupo acusado de porte ilegal de armas de uso restrito.
Os investidores da Fiadélphia serão convocados a prestar depoimento a partir desta quinta-feira. A partir disso, a PF poderá saber quem é vítima e quem é cúmplice nas fraudes levantadas. A maioria são cabos e sargentos da Aeronáutica, com investimentos individuais de R$ 1 mil a até R$ 300 mil.
Há dois anos a CVM divulgou comunicado em que desautorizava a Filadélphia a operar do mercado financeiro, mas os donos abriram novas empresas para fugir da fiscalização.
Os investigados responderão por estelionato, formação de quadrilha, falsidade documental, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, e outros crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. As penas de cada um dos envolvidos, somadas, podem chegar a até 90 anos de prisão.

Fonte:

Ilustração: arquivos da www.lagoasanta.com.br -   (*) Com informações da Polícia Federal 
Jornal da Itatiaia - 12:30hs - 31/01/2012
com Eustaquio Ramos e Katia Pereira
clique no link abaixo e ouça a reportagem completa.


PF prende quadrilha de pastor
Grupo provocou fraudes na ordem de R$ 10 mi


A Polícia Federal desarticulou ontem uma organização que cometia crimes financeiros contra a administração pública, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal em Minas e em outros 22 Estados, causando um prejuízo de pelo menos R$ 10 milhões. Os crimes eram cometidos por meio da empresa Filadélphia Empréstimos Consignados Ltda, com matriz em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Durante a operação Gizé (em alusão às pirâmides do Egito), os policiais prenderam sete pessoas em Belo Horizonte e Lagoa Santa, entre elas, o sargento da reserva da Aeronáutica Carlos Henrique Vieira. O militar é o presidente da Filadélphia, pastor da igreja evangélica Pentecostal do Evangelho Pleno e pré-candidato a prefeito da cidade da região metropolitana.

Além dele, outras seis pessoas foram presas: dois vice-presidentes da empresa, uma contadora e o chefe de segurança da Filadélphia. Fecham a lista dois gerentes de uma agência da Caixa Econômica Federal.

Os suspeitos se apropriavam do dinheiro dos clientes e os remuneravam com juros acima dos praticados no mercado, de 2,5% a 5%; o máximo encontrado em empresas especializadas é de 2%. Eles também estariam emprestando dinheiro e cobrando juros, contratando financiamentos ilegais.

Vítima
Uma das vítimas investiu R$ 40 mil esperando um rendimento de 3,5% ao mês. Ela conseguiu receber o combinado durante três meses, mas quando o golpe começou a aparecer, Vieira não lhe pagou mais.
fonte: Jornal O Tempo on line - 01/02/2012

 
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