Surgem novos investimentos, com a reconstrução da  MG-10 e o Aeroporto de Confins

Serra Verde vira autódromo
Com uma dívida de R$ 2 milhões, hipódromo na MG-10 é arrendado para investidores que vão construir moderno complexo com a primeira pista de corrida internacional de Minas  

Juarez Rodrigues
Imagens de abandono no Hipódromo Serra Verde darão lugar a um moderno cenário, com arquibancadas para 30 mil pessoas, pistas de corrida, arena para shows, hotéis e bares
As corridas de cavalos realizadas no Hipódromo Serra Verde, às margens da MG-10, entre Belo Horizonte e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins), que tiveram seus tempos áureos na década de 70, agora darão lugar a outros tipos de campeonatos que também envolvem velocidade. Com investimentos de R$ 50 milhões, a área de 800 mil metros se transformará em um moderno complexo de diversão e entretenimento, que terá como principal atração o automobilismo. Será transformado no Serra Verde Racing Park, que abrigará o primeiro autódromo internacional de Minas Gerais e deve ser concluído até abril de 2007.

 
O negócio pretende dar fim à decadência do Hipódromo Serra Verde, que pertence ao Jockey Club de Minas Gerais e, nos últimos dez anos, acumulou uma dívida de R$ 2 milhões. “O Jockey entrou em situação pré-falimentar. Não tínhamos receita. Tivemos de encontrar uma solução. Pensamos na venda. Mas, para não perdermos o patrimônio, nas margens da nova Linha Verde, optamos pelo arrendamento”, explica o presidente do Conselho Deliberativo do Jockey Club de Minas Gerais, Sebastião Newton Sobreira.

O terreno foi arrendado para a Falgo S/A Empreendimentos e Participações pelo prazo de 20 anos com prorrogação prevista por mais 20. A Falgo assumiu e vai quitar os débitos do Jockey, compostos, principalmente, por dívidas trabalhistas e fiscais. Depois do acerto das contas, os ganhos mensais com o arrendamento devem ser destinados para construção de uma sede social do Jockey Club. “Corridas de cavalos aqui não devemos ter mais. O que deveremos fazer serão as apostas virtuais em páreos de outros hipódromos”, informa Sobreira.

Segundo a diretora de Negócios da Falgo, Bárbara Lara, o primeiro passo para revitalizar o Serra Verde já foi dado. Com R$ 1,2 milhão, a pista de motocross foi revitalizada e em 3 e 4 de dezembro vai receber seu primeiro campeonato, o “2 Rodas BH Festival”. A segunda etapa, com investimentos de R$ 4,5 milhões, vai se concentrar nas obras de uma pista para competições de quilômetro de arrancada, com 930 metros.

O restante do investimento previsto, recursos da Falgo e de um grupo de Belo Horizonte e São Paulo, será destinado à construção do autódromo internacional, com opção de pista oval, além de um novo traçado, de 3.530 metros, para competições mistas. O Serra Verde Racing Park terá arquibancadas com 30 mil lugares fixos, estacionamento com 4 mil vagas, arena para shows e rodeios com capacidade para 25 mil pessoas, além de hotéis, bares, restaurantes e de um pequeno shopping center.

O projeto, feito para atender as necessidades de infra-estrutura de grandes eventos nacionais e internacionais, é dos arquitetos Humberto Anastasia e Bárbara Giamallo. Segundo Bárbara Lara, a expectativa é de que o negócio gere cerca de 310 empregos diretos. “Mas os eventos são enormes. Apenas a Champ Car tem um estafe de 2 mil pessoas”, observa. Ela garante que o autódromo conta com o apoio das Confederações Brasileiras de Automobilismo (CBA) e da Confederação Brasileira de Motociclismo. “Temos o compromisso para BH entrar no circuito internacional de eventos automobilísticos. Champ Car e Stock Car são alguns deles. É irreversível. Tudo estará pronto no primeiro trimestre de 2007”, afirma. Negociações para o patrocínio do espaço também estão sendo feitas com grandes montadoras de automóveis.


 Graziela Reis
fonte: Jornal Estado de Minas 23/novembro de 2005

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