Não agrida o meio ambiente. Jogue limpo com sua cidade.
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Após recebermos mensagens, fotos e a ata da reunião ocorrida no dia 14/02/2007, convocada pelo IBAMA-LS em virtude da fiscalização do lixão de Lagoa Santa pelo Ministério Público, relataremos a questão.
O atual do "lixão" está localizado à 2,5km da rua Conde Dolabela - Várzea, em uma área alugada da Fazenda Capão Redondo, no inicio da estrada da Penha (continuação da rua Carlos Dias Ribeiro), atrás do bairro Joá, sendo despejado no referido local desde o ano de 2005 o lixo doméstico e clínico produzido em Lagoa Santa.
Porque não é um local apropriado:
1- Fica nas margens de uma estrada onde a curva de nível é superior a 800m, cota bem acima da parte mais alta do Joá. Os materiais leves são levados pelas correntes de ventos e os mais pesados e líquidos são levados pelas enxurradas, poluindo assim as fontes de água natural.
2- O amontoado de lixo despejado pelos caminhões coletores, que é espalhado e prensado por um trator, já atinge uma altura bem superior ao nível de acesso da calha da estrada, avançando sobre a mesma.
3- Atualmente, a situação do local de despejo do lixo encontra-se mais precária do que no local anterior na fazenda da família do vereador Pedro de Loro.
4- A Engenharia Sanitária não aconselha que a existência de lixões que fogem das normas do COPAM/FEAM.
5- O terreno, além de estar localizado na crista de um morro e ser aberto, já incorporou a estrada, não tendo qualquer isolamento físico ou do próprio local, formando uma bacia.

6- Antes de se projetar um aterro, são feitos estudos geológicos e topográficos para seleção da área a ser destinada para sua instalação, de forma a não comprometer o meio ambiente e a obedecer a Norma Técnica NBR 8419 (ABNT, 1984).
Os órgãos competentes nas esferas municipal, estadual e federal, em especial o Legislativo, sempre foram tolerantes com problema que se arrasta há mais de 10 anos, restando com única esperança as medidas tomadas pelo Ministério Público.


O meio ambiente é patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o interesse coletivo.
A Prefeitura, como contra-prestação pelo imposto pago, poderia zelar pela preservação ambiental na cidade através de uma coleta de lixo eficaz, melhor estrutura da limpeza e capina das vias públicas e logradouros, proteção dos córregos e nascentes, construção de um sistema eficiente de captação de águas pluvias, além de uma maior fiscalização da fossas "tipo sumidouro, domésticas ou negras", construídas nos passeios
-Vale lembrar que a coleta e tratamento do lixo é um serviço pago pela comunidade através do carnê do IPTU que mostra um valor médio de R$50,00, estando agregado ao valor total a ser pago pelo contribuinte.

O lixão avança sobre a estrada Materiais recicláveis são amontoados na beira da estrada
Vista da formação do talude de lixo bem mais alto que a estrada Os materiais recicláveis como os plásticos dominam a imagem
Trator tem a função de apenas espalhar e comprimir o lixo transportado pelos caminhões
O líquido contaminado drenado do lixão empoça na estrada Aumento desordenado da área sem proteção da mata e pastagem da parte baixa da fazenda.
Nomeclatura de sistemas mais usados:
-Lixão: É um local onde há uma inadequada disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. É o mesmo que descarga de resíduos a céu aberto sem levar em consideração:
- a área em que está sendo feita a descarga;
- o escoamento de líquidos formados, que percolados, podem contaminar as águas superficiais e subterrâneas;
- a liberação de gases, principalmente o gás metano que é combustível;
- o espalhamento de lixo, como papéis e plásticos, pela redondeza, por ação do vento;
- a possibilidade de criação de animais como porcos, galinhas, etc. nas proximidades ou no local. Os resíduos assim lançados acarretam problemas à saúde pública, como proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos etc.), geração de maus odores e, principalmente, a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas através do chorume (líquido de cor preta, mau cheiroso e de elevado potencial poluidor produzido pela decomposição da matéria orgânica contida no lixo), comprometendo os recursos hídricos.
- Aterro: É a disposição ou aterramento do lixo sobre o solo e deve ser diferenciado, tecnicamente, em aterro sanitário, aterro controlado e lixão ou vazadouro.
- Aterro Sanitário : É um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo, particularmente, lixo domiciliar que fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permite a confinação segura em termos de controle de poluição ambiental, proteção à saúde pública; ou, forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo, através de confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente, solo, de acordo com normas operacionais específicas, e de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais.
-Aterro Controlado: É uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e a sua segurança, minimizando os impactos ambientais. Este método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho. Esta forma de disposição produz, em geral, poluição localizada, pois similarmente ao aterro sanitário, a extensão da área de disposição é minimizada. Porém, geralmente não dispõe de impermeabilização de base (comprometendo a qualidade das águas subterrâneas), nem sistemas de tratamento de chorume ou de dispersão dos gases gerados. Este método é preferível ao lixão, mas, devido aos problemas ambientais que causa e aos seus custos de operação, a qualidade é inferior ao aterro sanitário.

eng. Demóstenes de Sales
Realizou-se no dia 14/02/2007 uma reunião do CODEMA- Lagoa Santa provocada pelo IBAMA-LS após ser acionado a fiscalizar o Lixão de Lagoa Santa pelo Ministério Público (ler ata)
fonte: email enviado por Aparecido Aranres de Faria - cidoaaf@terra.com.br
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