Existem varias causas para a morte, com tiro na cabeça, do estudante Gustavo Augusto de Carvalho, 19 anos.
Os organizadores, procurando oferecer uma super estrutura no atendimento para vendas de bebidas e alimentos aos foliões e ao público, lotaram a praça com Barracas. Facilitando a compra de bebidas, em qualquer local, os foliões encontravam uma barraca perto com caixas e caixas de cervejas empilhadas; bebidas quentes colocadas em locais estratégicos para incentivar a venda. Esta facilidade e a concorrência fizeram com que o povo bebesse mais.
Além da segurança ficar mais difícil, os bares e restaurantes acabam tendo um certo prejuízo, pois vendem menos.
Enfim, confundiram carnaval com outras festas tradicionais, eventos distintos devem ter forma de organização diferente.
Folião atira e acerta 2
O estudante Gustavo Augusto de Carvalho, de 19 anos, foi morto com um tiro na cabeça, ontem de madrugada, durante o Baile do Povão , centro de Lagoa Santa, a 35 quilômetros de Belo Horizonte. Além de Gustavo, também ficou ferido o operador de máquinas José Aparecido Chagas Domingos, de 26, com um tiro na boca. O disparo foi feito pelo servente Gilberto Alves Sodré, de 21, preso em flagrante por policiais militares que estavam no local. A festa de Carnaval ocorria na praça Dr. Lund e reunia milhares de foliões. Por volta de 0h30, várias pessoas correram até os policiais para pedir ajuda, alegando que um homem estava no meio da praça com uma arma da mão. Ao se aproximar, os policiais viram Gilberto segurando um revólver calibre 38, discutindo com Gustavo Augusto. Os policiais não tentaram negociar uma rendição. Um deles se aproximou por trás do servente e o segurou pelas costas. Ao tentar se desvencilhar do policial, conforme boletim de ocorrência, a arma disparou. O tiro transfixou a cabeça de Gustavo Augusto e atingiu a boca de José Aparecido, que estava logo atrás. O garoto ainda foi socorrido para o Hospital de Lagoa Santa, onde chegou sem vida. José Aparecido também foi socorrido e transferido durante a madrugada para o Hospital João XXIII em Belo Horizonte, onde continua internado. A forma da abordagem dos militares, apesar de estranha, foi considerada normal pelo capitão Rômulo Flávio Costa, comandante do 4º Pelotão Independente de Lagoa Santa. Ele alegou que Gilberto estava pronto para disparar contra Gustavo Augusto e a abordagem repentina era a única alternativa para evitar o pior. Gilberto foi levado para o 2º Distrito Policial de Vespasiano, onde permanece preso em flagrante. Ontem pela manhã, a reportagem do ESTADO DE MINAS, tentou, sem sucesso, uma entrevista com o criminoso. Mas, os detetives informaram que a conversa só seria possível com a autorização do delegado Wellington Sprovieri e que ele se encontrava descansando em casa, embora fossse o plantonista do dia na delegacia. Ambos se recusaram a ligar para o delegado, temendo incomodá-lo em sua residência.
fonte: Estado de Minas edição de 13 de feveriro 2002