Mais
de cem anos após a criação da capital mineira e décadas
depois da verticalização das residências, o belo-horizontino
faz de volta o "caminho da roça” e busca nos condomínios
fechados da Região Metropolitana de BH um estilo de vida interiorano.
Contato com a natureza, segurança e a distância da frieza
dos apartamentos compõem o tripé do sonho de consumo que
sustentou nos cinco primeiros meses deste ano um crescimento de 30% nas
vendas de lotes em condomínios fechados da RMBH, estima a diretoria
de Loteadoras do Sindicato do Mercado Imobiliário e Condomínios
de Minas Gerais (Secovi-MG).
O empresário Paulo Roberto Álvares da Silva Contagem, 56
anos, morador de um apartamento na Barroca, na Zona Oeste de BH, e proprietário
de uma padaria no Grajaú, na mesma região, decidiu trocar
a facilidade de morar perto do trabalho pelo prazer do contato com a natureza.
Sou de Abaeté e queria ter uma casa no interior. Optei por Lagoa
Santa, por causa do clima e pela facilidade de acesso que a implantação
da Linha Verde trará, já que continuo com o negócio.
Hoje, ter uma casa em BH está inviável. Além do preço
alto, tem a questão da insegurança”, pondera Paulo
Roberto, que pagou R$ 32 mil por um lote de mil metros quadrados no condomínio
Jardins da Lagoa, há cerca de um ano e meio. Comecei a construir
há aproximadamente um ano e espero terminar em cerca de 30 dias”,
relata o comerciante.
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O
interesse do belo-horizontino pelos condomínios da Região
Metropolitana tem dois endereços principais: Nova Lima, a 22 quilômetros
de BH, no chamado Vetor Sul, e Lagoa Santa, a 36 quilômetros, estrela
do Vetor Norte. Nova Lima, que tem hoje 37 condomínios fechados,
ostenta o metro quadrado (m2) mais caro da categoria. Há condomínios
com lotes de mil m2 por até R$ 400 mil. Já Lagoa Santa,
com 62 empreendimentos, registra uma valorização mais expressiva
nos últimos cinco anos. O preço médio do m2 saltou
de R$ 30, em 2002, para R$ 100, em 2007, um crescimento de mais de 300%
ancorado, principalmente, pelo retorno dos vôos ao Aeroporto Confins
e pelas obras da Linha Verde, além da promessa de implantação
do Centro Administrativo do Estado no Bairro Serra Verde.
Em Nova Lima - encarada como uma extensão da Região Sul
de BH - não houve grandes saltos, mas as diferenças de preço
são maiores. O m2 pode variar de R$ 50 a R$ 400. ½Ainda
é possível achar preços mais acessíveis em
empreendimentos antigos com áreas que ainda não foram ocupadas.
Quanto mais próximo do BH Shopping e do Belvedere, maior a valorização.
Na média, o m2 gira em torno de R$ 200, o dobro do valor praticado
em Lagoa Santa”, aponta o diretor da J Naves Imóveis e da
Terral Empreendimentos, Olímpio Naves, que atua há décadas
na região de Nova Lima e se mudou de Lourdes para a Alameda Serra
buscando seu lugar ao sol no que chama de ½Barra de Tijuca de Belo
Horizonte”.
½Acredito que teremos aqui o mesmo fenômeno ocorrido no Rio
de Janeiro. As classes alta e média alta estão migrando
para a região, que tende a virar uma cidade independente de BH”,
aposta. Ainda no Vetor Sul, outras cidades, como Brumadinho e Rio Acima
também começam a ser mais demandadas, mas em menor escala.
½Em Rio Acima, por exemplo, há o Canto das Águas,
que vem sendo procurado principalmente por quem se aposentou recentemente
e profissionais liberais”, aponta o diretor.
Na avaliação de Naves, a tendência no Vetor Norte,
com a transferência do Centro Administrativo do Estado para o Bairro
Serra Verde, é de um upgrade nos empreendimentos de Lagoa Santa.
½Quem viaja muito também tende a se instalar por lá,
por causa de Confins. Os condomínios de lá devem ter um
incremento de qualidade”, opina.
fonte:
Jornal Hoje em Dia - 01/07/2007
arquivos da www.lagoasanta.com.br
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